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11/07/2014

Sobre o direito de broxar.


Não me levem a mal.
Como feminista, defendo intransigentemente que os padrões tradicionais de gênero precisam ser desconstruídos. O masculino e feminino são puramente construções sociais (existe uma discussão mais complexa sobre isso, mas pararei por aqui).

O modelo de masculinidade estabelecido pelo patriarcado causa alguns incômodos para os homens. Não tenho dúvidas sobre isso. É muita pressão ter que ser viril, ter que ter o pau grande, ter que ser bem sucedido, tem que sustentar a família, não poder chorar, não poder usar saia, ter que ser agressivo, ter que ser possessivo, ter que ser heterossexual.

Tudo isso é muito chato.
E eu concordo mesmo que esse padrão de masculinidade precisa ser jogado no lixo.
Mas sabe o que é mais chato ainda?

Não poder ser viril, não poder ser forte, ter ser submissa, não poder sentir prazer sexual, não conhecer seu próprio corpo. 

Sabe o que é mais chato ainda? 

Não poder sustentar a família, ter que chorar todos os dias, ter tripla jornada de trabalho. 

Sabe o que é mais cruel ainda? 

Ser estuprada, ser assediada na rua todo santo dia, não poder entrar no mesmo vagão de metrô que os homens, engravidar e ser largada, se responsabilizar sozinha pela maternidade, morrer com agulhas de crochês perfuradas no útero porque não podia levar aquela gravidez adiante.

E eu nem vou continuar falando dos salários mais baixos, das tapas na cara, da lesbofobia, da pobreza e do racismo. Vocês vivem num mundo que não podem broxar, nós vivemos num mundo que não podemos ser gente. 

Nós precisamos nos libertar. 

Vocês precisam se responsabilizar.

Pela Jovem e Brilhante Nathália Diórgenes
**************
Sobre a campanha 
“Homens Libertem-se”  

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